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Por que XP não funciona?

Um xis e um pê estilizados com o texto "Extreme Programming" embaixoNosso amigo Luiz “farol” Sanches atualmente está concluindo seus estudos sobre agilidade no C.E.S.A.R. em Recife.  Na reta final de seu curso pegou uma tarefa interessante: relacionar quais os motivos pelos quais eXtreme Programming pode não funcionar.  O assunto acabou gerando uma discussão interessante na lista que tentaremos sintetizar e compartilhar aqui.

As primeiras respostas foram bastante enfáticas e consisas.  O colega Mauro Folha destacou o que considera ser o fator fundamental para o sucesso de XP:

Amigo Sanches, Confiança! Confiança! Confiança!!! se não houver isso esqueça o XP.

Já o Paulo Moura, também de forma bem sintética, preferiu apontar:

Cara (..), mas só existe uma forma do XP não dar certo. Se as pessoas não estiverem dispostas a adotá-lo.

Para o Marcelo Andrade, o grau de prescritividade do XP pode ser um fator que dificulte sua adoção principalmente em equipes iniciantes, dadas, entre outras coisas, as exigências sobre práticas de engenharia (como CI, TDD, etc).  Nesse sentido, Marcelo também mencionou a questão cultural, que também pode dificultar a adoção de certos fatores fundamentais (como transparência, confiança, feedback constante, etc) caso as pessoas não saibam lidar adequadamente com isso.

Adriano Ohana reforçou o entendimento das respostas anteriores que eventuais insucessos de XP podem estar relacionados, no fim das contas, ao medo.  Para ele, o “medo do que pode dar errado” acaba por tolhir as pessoas de várias possíveis conquistas futuras.  Ele ilustra seu ponto de vista com uma interessante analogia com o cenário de aplicações financeiras:

[Por exemplo,] O cara não entende como funciona o dinheiro, não entende como funciona o mercado e quando você fala que ele deve arriscar o seu dinheiro, o olho cresce e o medo de perder perpetua. O cara te olha como um E.T que está fazendo algo que só os caras bem-sucedidos conseguem fazer e automaticamente se exclui desse grupo. Ou seja, como se ser bem sucedido fosse um dom concedido apenas a alguns e não algo que fosse conquistado. Aí começam a aparecer palavras como ‘sorte’, ‘acaso’, ‘fé’, etc…

Já Michel Montenegro pondera que é preciso reconhecer que XP não é a solução para tudo.  Podem existir situações em que simplesmente não seja adequado utilizá-lo.

XP é bom? Sim é!
XP é a solução pra TUDO? Não! Analisar a realidade da empresa e das pessoas que fazem parte dela vai te mostra se XP é valido ou não, e se outras metodologias e métodos são aplicáveis (..)

Michel menciona ainda que deve sempre haver cautela na adoção de qualquer coisa num ambiente de tecnologia (para não fazer nada apenas para seguir a “onda do momento”) e que planejamento no processo de adoção e atenção aos riscos é sempre necessário.

Complementando o ponto de vista de Michel, Adriano concorda mas deixa a instigante pergunta no ar:

Ouso refazer a sua pergunta e respondê-la de outra forma:
XP é a solução pra TUDO? a pergunta seria… XP pode estar incluso na Solução pra tudo? SIM

E você, o que acha?  Consegue identificar outros pontos em que podem fazer com que XP não funcione?  Se já adota XP, que dificuldades teve e como sua equipe as superou?  Você concorda que, com os devidos cuidados, sempre dá pra adotar agilidade em maior ou menor grau mesmo em qualquer situação?

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