Relatos

Aconteceu o Maré!

Madrugada de quinta-feira, dia 25 de novembro de 2009. Fome, sono e cansaço do dia anterior de trabalho não desanimam a comissão de boas vindas, acampados com uma banner do Tá safo! no portão de desembarque do Aeroporto Internacional de Belém, na espera do primeiro grupo de palestrantes. Eis que chegam Alexandre Gomes, Renato Willi, Manoel Pimentel e Wesley Rocha. Enrola banner, pega bagagem, entra no carro, pisa fundo rumo ao QG do Maré em Belém (a casa do Manoel :P). Foi uma mão na roda, pois a maioria dos palestrantes ficaram no mesmo local e creio que mais à vontade do que um ambiente de hotel. Foi só deixar a galera e ir embora pra casa, pois logo depois já iria amanhecer e o Maré começar.

O dia inicia com o curso de Gestão Ágil de Requisitos, que estava abarrotado com pessoas de empresas como Bredi, Serpro, Prodepa, Seduc e demais empresas da região.

Curso de Gestão Ágil de Requisitos

O curso de Desenvolvimento Web Ágil com RubyOnRails teve um público mais discreto porém interessadíssimo no assunto. Havia desenvolvedores de Python, PHP, Java e C++ querendo saber o que Ruby e Rails tem de tão bom, que seduz cada vez mais desenvolvedores de todo o mundo à procura de agilidade e satisfação no desenvolvimento de aplicações web.

Curso de Desenvolvimento Web Ágil com RubyOnRails

O dia foi puxado, muita informação para processar. Uma pausa para o almoço e um pequeno tour pela cidade.

Basílica Santuário de N. Sra. de Nazaré

A tarde continuou com mais Requisitos Ágeis e RubyOnRails. No final do expediente tínhamos que comer e beber alguma coisa. É fato que conhecimento é fundamental nessa vida, mas convenhamos que são os momentos de descontração que fazem eventos como este ficarem marcados.

Hora extra de quinta-feira

A noite foi bem longa e ainda havia mais dois palestrantes para buscar no aeroporto. Fomos recepcionar o Leonardo Antonialli e o Felipe Rodrigues. Resolvemos então nos mudar, de mala e cuia, para o QG (casa do Manoel :P). Chegamos numa barulheira só, quase que não dá tempo de dormir.

A sexta-feira foi o dia do curso de UX Design em Processos Ágeis com Leonardo e Wesley que foi realizado pela primeira vez no Maré e que surpreendeu pelo número de participantes e pelo que ouvi no coffee-break, foi show de bola.

Curso de UX Design em Processos Ágeis

Em paralelo estava o super-lotado curso de eXtreme Programming (XP) na Prática com Renato Willi e Paulo Igor. Os participantes viram de perto como atuar em uma equipe ágil utilizando técnicas de pair programming, refactoring, TDD e viram problemas reais que acontecem em qualquer equipe.

Pair Programming na veia

Turma de XP

Alguns de nós fizeram uma pausa para um lanche rápido. Tínhamos que levar o Manoel Pimentel para uma entrevista no programa Sem Censura Pará da TV Cultura. Na recepção o Alê e o Felipe foram barrados porque estavam de bermuda. Montaram uma logística de comprar a calça mais “furreca” só para entrar e ver a entrevista. O hilário foi que eles retornaram para a emissora e quando o Felipe entrou na sala de visitantes, viu que não era um programa de auditório, ficou fulo da vida, kkkk.

A euforia era tão grande durante a entrevista, que a gente não sabia se tirava foto, se twittava, se chamava a produção ou entrava no estúdio nos intervalos. Extrapolamos a barreira do mundo virtual e ganhamos a mídia televisiva :). Me lembro de Alexandre Gomes falando algo do tipo: Isso é ímpar!. A entrevista foi um sucesso, o Manoel conseguiu passar com clareza a proposta do Maré de Agilidade. E de quebra ainda ganhamos um convite para o show do cantor, também paraense, Marco André.

Maré de Agilidade na telinha

Depurando o programa (de tevê)

Galera do Maré com os participantes do programa. Alê e Felipe de calça nova 😛

Saimos do programa às 15:00 hs na “ira da broca”. Almoçamos em um restaurante na Bráz de Aguiar. Decidimos dar uma volta rápida pelo centro de Belém, mostrando os famosos túneis de mangueiras, a Estação das Docas, o Mercado do Ver-o-Pêso, o Forte do Presépio e acabamos indo ao Mangal das Garças onde o Manoel fez vários cliques, o Alê provou o sorvete de açaí, o Felipe provou o de tapioca e apesar de ver tanto mato, não viu nenhum índio nem jacaré =P.

Alê Gomes no Mangal, “empaxado” depois do almoço

Felipe no Mangal, feliz no meio do mato

No final do dia nos reunimos na Estação das Docas com mais dois palestrantes, Alexandre Magno e Serge Rehem. A turma estava completa para a maratona de sábado.

Tudo junto e misturado, na Estação das Docas

Tudo junto e misturado, parte 2

Palestras de Sábado

Após toda a agitação dos dois primeiros dias, ainda tinha toda a grade de palestras do sábado (28). O público compareceu em massa no auditório do Cesupa para o último dia do evento, que começou efetivamente às 10h com a apresentação “Manifesto 2.0”, com Alê Gomes da Sea e Serge Rehem do Serpro. Apresentação muito elogiada e comentada pelo público, por sinal.

Alexandre Magno compartilhou um pouco de sua larga experiência com metodologias ágeis na palestra sobre as “Armadilhas do Scrum”, outra apresentação também muitíssimo interessante.  O recado que fica é que, apesar de parecer fácil e simples, utilizar Scrum de fato é bem difícil e exige muita disciplina.

Horário de almoço e, com a programação um pouco atrasada, retornamos à tarde para ver o Renato Willi apresentar o relato de um case da adoção de um projeto com Scrum na Aeronáutica. A princípio o desafio era como lidar com a espontaneidade e a descontração das equipes do “ateliê” de software com a discrição e sisudez próprias do ambiente militar. Mas fora um ou outro episódio mais curioso (ou engraçado), a sinergia entre o cliente e equipe foi muito boa e a condução do projeto foi até razoavelmente tranquila.

Na sequência, Manoel Pimentel compartilhou um pouco de sua experiência de coaching em projetos ágeis evidenciando as correlações entre muitos dos conceitos que se adotam em práticas ágeis e suas fundamentações em Lean, o sistema Toyota de produção.  Muito legal também para entender um pouco o contexto e no que se baseiam muitas das práticas ágeis (feedback constante, inspeção e adaptação, etc), tudo visando se ter um processo enxuto e sem desperdícios.

No final da tarde, Felipe Rodrigues, de cabelo cortado :-), abordou aspectos técnicos sobre desenvolvimento ágil em “O que todo agilista deveria saber sobre arquitetura”, falando da importância, p.ex., de se ter convenções ao invés de configuração, integração contínua, testes automatizados e por aí vai.

Ao final, todos se reuniram para um “boteco”, um bate-papo informal num espaço aberto para se perguntar e discutir de tudo.  A platéia participou intensamente e ainda houve distribuição de brindes e camisetas.  Isso tudo sem contar a retrospectiva do evento com a galera soltando o verbo sobre o que rolou de melhor (e de pior) no evento, ao melhor estilo de “agile”. Aliás, um dos pontos positivos que ninguém deixou de notar foi que o Felipe cortou o cabelo 😀

Boteco com agilistas

Retrospectiva do evento

E para fechar a noite, como se não bastasse, o pessoal ainda tinha pique para mais uma “noitada ágil”.

Ufa! E assim o Maré de Agilidade passou em Belém!  A todos que puderam prestigiar o evento, a todos os (novos) amigos que abrilhantaram o evento, a todas as empresas que nos honraram com sua parceria (Bredi, UniCred, OnCast e AdaptWorks além da Visão Ágil e Sea Tecnologia), aos amigos do BelJUG (que, aliás, fizeram um grande evento na semana seguinte), aos que não mediram esforços para fazê-lo acontecer e a todos que estiveram comprometidos ou envolvidos de alguma forma nesta edição do Maré de Agilidade em Belém, muito obrigado e até a próxima!

Valeu!

envolvedor de sistemas e poeta de boteco

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